Entenda a Síndrome de Burnout
16/11/2020
O isolamento social em consequência da pandemia de Covid-19 acarretou diversas consequências na vida da população. A opção de home office assegurou o trabalho de muitas pessoas, permitindo que mantivessem a prestação dos serviços de suas casas, evitando contato e, assim, o contágio. Mas até onde agregar trabalho com as atividades domésticas é saudável?
Segundo a psicóloga clínica Caroline Bartier, essa junção de tarefas pode acarretar sérias consequências a saúde física e, principalmente, mental das pessoas. Uma delas, é a chamada Síndrome de Burnout.
A psicóloga clínica explica que a Síndrome de Burnout, também conhecida como Síndrome do Esgotamento Profissional, está relacionada com um distúrbio emocional que envolve sintomas de exaustão, estresse, cansaço físico e mental. “Esses sintomas estão relacionados ao esgotamento do trabalho que exige muito de um indivíduo, por meio de demasiada competitividade e responsabilidade”, disse.
Segundo o Ministério da Saúde a principal causa da síndrome é o excesso de trabalho. As principais profissões atingidas são: médicos, enfermeiros, professores, policiais, jornalistas, dentre outros. “Esta síndrome também pode ocorrer quando se é proposta alguma tarefa de trabalho ‘muito difícil’, complexa, na qual o profissional acredita que não conseguirá cumpri-la. Por conta disso, é gerado um sentimento de incapacidade e inutilidade”, destacou.
A pandemia do Covid-19 trouxe um novo olhar e, automaticamente, um aumento no número de pessoas que estão sofrendo com essa síndrome ligada ao excesso de trabalho. “Temos como maior exemplo os profissionais que estão na ‘linha de frente’ da pandemia. Este excesso de trabalho se correlaciona com os turnos mais longos, altas horas de jornada de trabalho, números elevados de perda de vidas, falta de EPIs (Equipamento de Proteção Individual), treinamentos inadequados para o uso de determinados equipamentos e o mais importante: O MEDO. O medo de se expor à doença, o medo da contaminação dos familiares e, até mesmo, o medo de perder o emprego neste período tão difícil”, ressaltou. Mas essa sobrecarga de serviço também atinge os trabalhadores em home office, que acabam agregando o trabalho “externo” com as atividades domésticas.